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13 de fevereiro de 2009

Idosos podem se beneficiar do consumo de chocolate, chá e vinho

Flavonóides e o desempenho da função cognitiva

Estudo norueguês publicado no The Journal of Nutrition mostrou que o consumo de alimentos ricos em flavonóides, como o chocolate, o vinho e o chá, foi associado com melhores habilidades cognitivas.
Foram selecionados 2031 idosos, nascidos entre 1925 e 1927. Todos eles preencheram um questionário de freqüência alimentar (QFA) e participaram de uma bateria de seis testes que avaliaram diferentes funções cognitivas (operações mentais que nos permitem perceber, elaborar e expressar informações, como por exemplo: a fala, o pensamento e a memória).
O QFA incluía diversos tipos de alimentos e suplementos dietéticos e foi desenhado para obter informações da ingestão durante o último ano de vida dos participantes. A frequência de consumo era dada por dia, semana ou mês. As porções dos alimentos investigados por este estudo eram as seguintes: 60 g de chocolate (o equivalente a uma barra de chocolate típica da Noruega), 120 ml de vinho (uma taça) e 200 ml de chá (uma xícara). Exceto pelo chá, que deveria ser da infusão das folhas da espécie Camellia sinesis, os tipos dos outros alimentos não foram especificados. Ou seja, não se sabe se o chocolate era ao leite ou amargo, se o vinho era branco ou tinto, nem se o chá era forte ou fraco.
A partir das pesquisas, foi possível obter diversos dados dos participantes como: quais tinham história de doenças cardiovasculares (DCV) e quais não; nível escolar; hábito de fumar e consumo de café. Estes dados foram relacionados entre si e entre o consumo dos alimentos ricos em flavonóides, para a obtenção dos resultados.
Dos 2031 participantes, a média do consumo de chocolate foi de 3,8 g/dia, 22 ml/dia de vinho e 222 ml/dia de chá. A proporção dos consumidores de vinho foi maior entre os homens, enquanto que a de chá, entre as mulheres.
O uso de suplementos vitamínicos, a energia total consumida e níveis de escolaridade foram maiores entre os consumidores de chá, vinho e chocolate, comparado aos que não os consumiam. Os que bebiam mais chá eram os que menos fumavam e, juntamente com os consumidores de vinho, eram os que ingeriam menos café. Os apreciadores de chocolate foram os que menos apresentaram histórico de DCV.
Em relação aos testes cognitivos, os idosos que não tinham o hábito de consumir estes alimentos obtiveram piores desempenhos comparados aos consumidores. Entre eles, os apreciadores de vinho foram ainda melhores. “Mesmo os idosos da Noruega, sendo modestos quanto a ingestão habitual de vinho – 50% deles bebem menos que um copo por semana e apenas 5% bebe mais que um copo por dia – os efeitos da bebida se mostraram fortes”, dizem os autores. O desempenho nos testes melhorava conforme aumentava o consumo destes alimentos. Porém, observou-se uma quantidade máxima de cada alimento para a obtenção dos melhores resultados.
O desempenho máximo foi atingido com 75 a 100 ml/dia de vinho, pois em quantidades superiores, o desempenho se manteve o mesmo que o obtido com a quantidade mencionada acima. O mesmo aconteceu com o chá (200 ml/dia) e com o chocolate (10 g/dia). “O efeito real dos polifenóis do chocolate pode ser ainda mais intenso, pois nem todos os chocolates são boas fontes de flavonóides e, neste estudo, o tipo de chocolate não foi especificado”, relatam os autores.

Referência(s)Nurk E, Refsum H, Drevon CA, Tell GS, Nygaard HÁ, Engedal K, et al. Intake of flavonoid-rich wine, tea, and chocolate by elderly men and women is associated with better cognitive test performance. The Journal of Nutrition. 2009;139(1):120-7.

Fonte: Nutritotal - Iara Waitzberg Lewinski

Um comentário:

  1. Interessante, eu tomo pouco vinho mas talvez devesse tornar o hábito mais rotineiro!

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